quarta-feira, 20 de outubro de 2021

Síndrome do Pânico, o que é?





A Síndrome do Pânico ou Transtorno de Pânico faz parte dos Transtornos de Ansiedade.

Ter síndrome do pânico, no entanto, é diferente de ter ansiedade. Ansiedade é uma emoção comum do ser humano: nos fornece alertas de perigo, prepara o organismo para reagir a uma ameaça e é importante para a nossa evolução – tenho outro post falando mais sobre isso, vale dar uma conferida depois.

O problema se dá quando essa ansiedade se torna muito acentuada e relacionada a situações comuns do cotidiano, o que acaba atrapalhando a rotina e as relações sociais das pessoas. A ansiedade se torna um problema quando ela "paralisa" a pessoa diante de situações que ela frequentemente precisa encarar como estar em ambientes sociais onde tenha que interagir com outras pessoas, ir ao trabalho ou à escola, lidar com situações difíceis ou estressantes, dirigir ou sair na rua, etc. Isso porque, nestes casos, entrar em contato com essas situações se torna aversivo para a pessoa e ela passa a evitar esse tipo de situação como fuga das "sensações ruins" que podem surgir desse contato - ou seja, fuga do aversivo. 

Aqui temos dois problemas: o primeiro é que a pessoa começa a se engajar numa série de comportamentos para evitar, adiar ou amenizar o contato com essas situações aversivas - por exemplo, recusando convite para sair de casa, faltando ao trabalho ou pedindo demissão, inventando motivos para não ir a escola, etc. Com o tempo isso passa a ocupar um espaço muito grande na rotina da pessoa gerando muito sofrimento para a mesma. O segundo problema é que, como a pessoa está muito preocupada em evitar as situações, ela dificilmente se expõe e consequentemente não tem a oportunidade de aprender comportamentos de enfrentamento dessas situações aversivas. 

Em algum momento, essas contingências das quais estamos falando podem chegar a um nível de aversividade muito intenso e eliciar sintomas muito fortes de ansiedade onde a pessoa sente que está enlouquecendo ou até mesmo que vai morrer naquele momento. Isto se caracteriza como um ataque de pânico. Um ataque de pânico, no entanto, é diferente de uma Síndrome de Pânico ou um Transtorno de Pânico. O primeiro é um episódio ou alguns episódios isolados e a maioria das pessoas está suscetível a ter algum ao longo da vida. Já os dois últimos são sinônimos e se dão quando os ataques de pânico se tornam recorrentes, o que caracteriza a síndrome ou o transtorno. 

Os sintomas, tanto físicos quanto emocionais – chamamos de comportamentos públicos e privados na Análise do Comportamento – presentes nas situações de ansiedade são muito parecidos com os de um ataque de pânico. Poderíamos citar alguns como coração acelerado, boca seca, suor frio, tremor, etc.

O ataque de pânico, portanto, se dá quando os sintomas da ansiedade surgem de forma abrupta e muito acentuada. As principais características de um ataque de pânico são a intensidade dos sintomas que é muito elevada, a duração deles que é relativamente curta (geralmente entre 10 a 20 minutos) e a imprevisibilidade do aparecimento desses sintomas, que pode acontecer em diferentes contextos a depender da história individual e normalmente não tem um gatilho claro, o que faz parecer que os sintomas começaram do nada.

Como dito, a maioria das pessoas pode ter um ataque de pânico ao longo da vida e não necessariamente desenvolver uma síndrome. Para aquelas que venham desenvolver o transtorno, o qual se caracteriza principalmente pela recorrência dos ataques de pânico e dos prejuízos que eles trazem ao sujeito, existem tratamentos tanto medicamentosos quando comportamentais.

Estes últimos ajudam, principalmente, a pessoa a identificar os gatilhos que desencadeiam os sintomas e ter meios de lidar melhor com as crises quando elas vierem, aliviando assim os sintomas a curto prazo. Já a médio e longo prazo, procura-se fazer com que o cliente aprenda comportamentos de enfrentamento das situações aversivas através de técnicas como a dessensibilização sistemática de modo que essas situações se tornem menos aversivas para a pessoa. Assim ela poderá encarar os estímulos aversivos dos quais antes ela fugia e saberá lidar com a ansiedade que pode advir dessas circunstâncias. 

Quer saber mais sobre os chamados Transtornos de Ansiedade? Deixe uma mensagem. Até mais!

    

Karlos Ruan Barbosa Freire

📌 Psicólogo – CRP 11/13880

📱 (88) 99253 2064

📧 karlosruan@gmail.com

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